“O avanço do desemprego e da miséria no mundo e, especificamente no Brasil, tem como causa principal o modelo neoliberal de economia.” A afirmação foi feita pelo candidato do PCdoB a prefeito de Olinda (PE), deputado João Paulo , em pronunciamento na Reunião Plenária da Alepe, nesta quinta-feira (29).

Segundo o parlamentar, o sistema tem sido adotado pelo atual Governo brasileiro em “sua versão mais cruel, numa tentativa de impor ao País ideias fora de lugar em um planeta com outras necessidades e novas realidades”. Para ele, a tragédia social brasileira foi preparada a partir do afastamento da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, com medidas econômicas como o Teto de Gastos e a Reforma Trabalhista, além de cortes de investimentos no Estado.

O candidato observou que o mundo inteiro tem discutido outra saída, distante do neoliberalismo e do próprio liberalismo, e mais próxima das teses de John Keynes. O parlamentar informou que o economista defendia uma política de Estado intervencionista, por meio da qual os governos usariam medidas fiscais e monetárias para mitigar os efeitos adversos dos ciclos econômicos de recessão e de depressão.

“Destaco o exemplo do Chile, que, após plebiscito no último domingo (25), decidiu se afastar desse tipo de modelo aprovando a mudança na Constituição promulgada na época de Augusto Pinochet, e cujo conteúdo levou o povo à pobreza e ao corte de direitos”, salientou.

João Paulo também ressaltou que até o Fórum Econômico Mundial, “meca do capitalismo global”, tem agora o desemprego como maior preocupação. O deputado reproduziu declaração do diretor do Fórum, Saadia Zahidi, de que “as perdas de emprego causadas pela pandemia, o aumento da automação e a transição para economias mais verdes são mercados de trabalho em evolução”. “Ao sairmos desta crise, os líderes mundiais têm uma oportunidade única para criar novos postos, com rendimentos dignos, e redesenhar redes de segurança social que correspondam aos desafios dos mercados de trabalho de um futuro que já se apresenta”, completou.

De acordo com o deputado, no Brasil, o neoliberalismo tem status de novidade econômica, embora esteja em decadência desde o final dos anos 80 do século passado. “Sua ação nefasta, em associação com o extremismo de direita, está levando para o lixo as políticas de combate à fome, uma das principais bandeiras do Governo brasileiro por mais de uma década”, lamentou.

João Paulo ainda lembrou que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), divulgada na semana passada, comprova o que tem se observado. “O desemprego no País chegou a 14,4%. Os dados mostram a situação de penúria a que fomos levados. Mas a pandemia não é a causa do problema, e sim, o projeto ultraneoliberal de desmonte do Estado”, alertou.

Na avaliação do parlamentar, o neoliberalismo não provoca apenas danos ao próprio capitalismo, mas é adotado “a cada medida, a cada corte, a cada redução de recursos para setores que os governantes não consideram essenciais, como a cultura, a ciência e a tecnologia”. “Em sua simbiose com o fascismo, o modelo também colabora com a agressão ao meio ambiente e gera mais e mais pobres, retirando consumidores do mercado e transformando o País em mero exportador de commodities”, pontuou.

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Fonte: Alepe