“Vai ser uma campanha muito árdua, muito difícil, porque os nossos adversários não lutam com as mesmas armas da democracia”, disse o candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, durante sua primeira atividade de campanha na capital paulista, nesta terça-feira.

Durante a “Caminhada com mulheres” ao lado da vice, Lúcia França, e Janja, mulher do ex-presidente Lula, o candidato discursou em frente ao Teatro Municipal.

As críticas de Haddad se referem à prática de fake news por parte de apoiadores de Jair Bolsonaro. O pastor evangélico e deputado bolsonarista, Marco Feliciano (PL-SP), admitiu que mente para seus seguidores sobre o ex-presidente Lula para conseguir apoio para Bolsonaro.

Feliciano tem espalhado entre os evangélicos que Lula fechará as igrejas caso seja eleito e que outros candidatos de esquerda farão o mesmo.

Essa fake news foi identificada pela Rádio CBN em conversa com fiéis de várias igrejas evangélicas de São Paulo. O mentiroso alegou que tem espalhado a mentira para “alertar” os evangélicos.

“Conversamos sobre o risco de perseguição, que pode culminar no fechamento de igrejas”, admitiu o pastor da boca de R$ 157 mil, bancada pela Câmara dos Deputados.

“Sou político e pregador. Minha boca é minha ferramenta”, disse Feliciano, para justificar o exorbitante valor de um tratamento odontológico a que se submeteu em 2019.

“Infelizmente, vamos ter que conviver nesses dias com muita fake news, com muita mentira, como já está sendo alvo o presidente Lula, que foi o presidente que regulamentou a liberdade religiosa no Brasil”, afirmou o petista

“Isso garantiu que todos pudessem abraçar uma crença livremente, sem nenhum constrangimento do Estado. E ele, Lula, está sendo atacado neste momento pela família do próprio presidente da República, que acha que não tem que respeitar todas as religiões, criticou Haddad.

O ex-prefeito defendeu a liberdade religiosa no país e voltou a prometer um salário mínimo de R$ 1.580 no estado, além da retomada do passe livre para os idosos, durante o ato.

Sobre a intenção de se aproximar dos evangélicos, público onde Bolsonaro lidera intenção de voto, o candidato disse que o fará por meio da “verdade”. “Temos a verdade ao nosso lado. Nós aprovamos o Estatuto da Liberdade Religiosa no nosso país”

“Isso é uma conquista dos governos do PT e de todas as religiões. Foi um ato inter-religioso. A conquista do estatuto é nossa, precisamos celebrar isso”, reiterou o ex-prefeito.

O ex-governador Márcio França (PSB), candidato ao Senado na chapa de Haddad, o deputado federal e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, Orlando Silva (PCdoB), o vereador petista Eduardo Suplicy e o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, também participaram da caminhada no centro da cidade de São Paulo.

Líder nas pesquisas

Haddad lidera a corrida eleitoral ao Palácio dos Bandeirantes, com 29% das intenções de voto na última pesquisa Ipec, divulgada nesta segunda-feira (15).

Em caminhada ao lado de sua mulher, a professora Ana Estela Haddad, sua vice, a também professora Lúcia França (PSB), a ex-primeira-dama do estado Lu Alckmin (PSB) e a mulher de Lula, a socióloga Rosângela Silva, a “Janja”, o ex-prefeito paulistano prometeu paridade de gênero nas secretarias de um eventual governo e disse que quer “abrir as portas para as mulheres” em sua gestão.

O candidato do PT também anunciou que, se eleito, vai garantir um piso salarial mais atrativo para as carreiras do magistério, enfermagem e polícias civil e militar.