Com a carestia e os juros corroendo o orçamento das famílias, a inadimplência não para de crescer no país e só este ano até julho acumula um aumento de 12,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os dados dos registros de inadimplentes do mês de julho, com um alta de 1,1% na comparação mensal, foram divulgados nesta terça-feira (16) pela Boa Vista.

A alta acumulada em 12 meses acelerou de 7,5% em junho para 9,5% em julho. Em relação a julho de 2021, houve aumento de 16,6% dos registros.

“Parece que a melhora observada no mercado de trabalho ao longo dos últimos meses e os efeitos da liberação do saque ao FGTS não foram suficientes para conter o avanço da inadimplência, que segue forte e ainda muito afetada pela pressão inflacionária e pelo aumento da taxa de juros”, avalia Flavio Calife, economista da Boa Vista, em relatório.

A “melhora” observada no mercado de trabalho significa um aumento da informalidade atingindo 39 milhões de brasileiros. Mais da metade dos trabalhadores sem carteira estão no trabalho precário em 11 estados brasileiros.

Além disso, a renda do trabalhador desabou no governo Bolsonaro, sendo que os servidores públicos federais estão sem reajuste há quatro anos. Já a inflação no período disparou, com os elevados preços dos alimentos, dos combustíveis, da energia, do gás de cozinha. São quatro anos de arrocho sobre a população brasileira fazendo explodir a fome e a miséria no país.