Atos em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro reuniram nesta quinta-feira (11), em todos os estados do país, acadêmicos, empresários, sindicalistas, juristas e artistas.
O principal deles ocorreu nesta manhã na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Centro da capital paulista. Duas cartas, que denunciam os ataques à democracia praticados por Jair Bolsonaro, foram lidas no evento.
Uma das cartas tem o apoio de 107 entidades, entre empresas, ONGs e sindicatos. A outra, denominada Carta às Brasileiras e Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, reúne assinaturas de mais de 900 mil pessoas, incluindo oito presidenciáveis.
No texto, os signatários advertem: “Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”.
Em suas redes sociais, deputados da Bancada do PCdoB destacaram a importância do movimento, que marca uma histórica contraofensiva da sociedade civil pela democracia.
O líder do partido na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), ressaltou que o movimento é o ponto alto da luta para impedir que mais retrocessos sejam impostos pelo atual governo.
“Hoje, o Brasil ergueu muitas vozes em defesa da Democracia. Deveríamos estar pensando o futuro, mas Bolsonaro nos faz lutar para impedir mais retrocessos. Não temos caminho fora da democracia. Não aceitamos mais as ameaças de golpe, os ataques autoritários. #EstadodeDireitoSempre”, escreveu no Twitter.
Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), não se pode vacilar na defesa do estado democrático de direito. “Não há dois lados. Há um projeto e uma luta para retomar a democracia, para impor novamente a civilização. E há quem não respeita a Constituição e as instituições. Isso não é lado. É a face descarada do autoritarismo”, disse.
Segundo o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), o Brasil se uniu neste 11 de agosto em defesa da democracia.
“A Faculdade de Direito da USP mais uma vez é palco da luta em defesa do Estado Democrático de Direito. O 11 de Agosto celebra a ampla união da sociedade – estudantes, professores, juristas, artistas, industriais e até banqueiros – pela democracia. BOLSONARO SAI DEMOCRACIA FICA!”, postou o deputado em uma rede social.
O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) convocou seus seguidores para reforçar os atos: “Vamos lá! O Brasil precisa de nossa participação em defesa da democracia!”.
Simbolismo
A data escolhida para os atos pela democracia é simbólica: 11 de agosto marca a criação dos cursos de direito no Brasil, em 1827, por decreto de Dom Pedro I. O dia também é perto da data em que foi lido um manifesto contra ditadura militar, em 1977.
Por Walter Félix
(PL)