Roger Waters, fundador e ex-baixista da banda Pink Floyd, afirmou que as tensões no Leste da Europa são resultado direto do expansionismo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em direção às fronteiras russas.
Em entrevista à CNN transmitida no sábado (6) o músico disse que considera o atual presidente dos EUA, Joe Biden, um “criminoso de guerra” por suas ações em torno do conflito na Ucrânia. Biden é uma das várias pessoas, junto com seu antecessor Donald Trump, a aparecer na lista de “criminosos de guerra” exibidos nas telas durante os shows de Waters como parte de sua turnê pela América do Norte com o ‘show’ ‘This Is Not a Drill’ (Isto Não é um Exercício).
Questionado sobre o motivo dessa afirmação, Waters respondeu: “Bem, para começar, ele está jogando lenha na fogueira na Ucrânia, o que é um grande crime. Por que os EUA não incentivam Zelensky a negociar, eliminando a necessidade dessa guerra horrenda que está matando… não sabemos quantos ucranianos e russos?”
Diante da reprovação do entrevistador Michael Smerconish por “acusar erroneamente a parte que foi invadida”, o roqueiro retrucou: “Em qualquer guerra o que você precisa fazer é olhar para a história e dizer: ‘Bem, começou neste dia’. Pode-se dizer que começou em 2008, essa guerra se deve basicamente à ação e reação da OTAN, avançando para a fronteira russa, o que eles prometeram que não fariam quando [último líder soviético Mikhail] Gorbachev negociou a retirada da URSS de toda a Europa Oriental.
E na continuação da conversa, o ex-líder do Pink Floyd criticou o fato dos EUA se apresentarem como um “libertador”. Questionando Smerconish sobre o papel de Washington na Segunda Guerra Mundial, Waters lembrou que a Casa Branca se apegou a princípios “isolacionistas” até o Japão bombardear Pearl Harbor em dezembro de 1941. Além disso, ele lembrou o papel do povo soviético naquela guerra. “Não esqueça que 23 milhões de russos morreram protegendo você e eu da ameaça nazista”, assinalou.
“Taiwan faz parte da China”
Outra questão abordada durante a entrevista foi a tensão em torno de Taiwan agravada pela visita que a presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, fez à ilha na semana passada.
Pequim realizou uma série de exercícios militares e adotou uma série de contramedidas econômicas. “[Os chineses] não estão cercando Taiwan:
Taiwan é parte da China. E isso tem sido absolutamente aceito por toda a comunidade internacional desde 1948, e se você não sabe disso, você não está lendo o suficiente. Vá e leia sobre […] Você está acreditando na propaganda do seu site”, disparou Waters.
O entrevistador argumentou então que Pequim está no topo da lista de países que violam os Direitos Humanos, e Waters responde, em tom de ironia: “Os chineses invadiram o Iraque e mataram um milhão de pessoas em 2003. A menos que eu me lembre, opa, espere um pouco, foi a China que cometeu assassinatos e massacres (no Iraque)?”