Seis ativistas israelenses e dois palestinos foram atacados nesta sexta-feira (17) ao tentarem levar água em um tanque a aldeias palestinas cujos moradores estão sendo barrados de pegarem água em cisternas ou de contratarem caminhões-pipa.

Os israelenses agredidos integram um dos grupos que, em Israel, lutam contra a ocupação de territórios palestinos por tropas de Israel na Cisjordânia, o Combatentes pela Paz.

O tanque de água era conduzido por dezenas de ativistas e acompanhado por palestinos que buscavam conduzi-los às aldeias que, por conta da ação dos ocupantes, enfrentam escassez de água. Ao chegarem a um dos postos policiais-militares que Israel mantém nos territórios, foram barrados e os ativistas começaram a entoar palavras de ordem contra a ocupação.

A partir daí os soldados começaram a empurrar os ativistas e a lançar bombas de gás lacrimogêneo sobre os que estavam mais distantes, de acordo com o relato dos integrantes do grupo Combatentes pela Paz.

O comandante do posto jogou um dos israelenses ao chão e colocou seu joelho contra a cabeça do ativista, conforme mostra a foto desta matéria. Outro dos participantes da atividade, Michael Turkentz, foi agredido ficando com escoriações no corpo. Um terceiro, um senhor de 66 anos, teve uma região próxima ao olho atingida por estilhaço de bomba de gás e teve que ser operado no Hospital Ichilov, em Tel Aviv.

Um dos palestinos foi agredido e ficou com escoriações no abdômen. Outros ativistas permaneceram algum tempo detidos no posto militar.

Após a dupla violência, ou seja, depois de deixar aldeais palestinas sem acesso a água e, posteriormente, com a agressão aos ativistas que levavam água aos palestinos, o comando do exército israelense se comprometeu a realizar uma investigação sobre o “incidente”.

Um dos integrantes da unidade de porta-vozes do exército – apesar de dizer que este comportamento não seria “condizente com o que se espera de um soldado israelense – buscou culpar os ativistas que teriam tentado bloquear a entrada do assentamento judaico Avigayil, construído sobre terras palestinas e que os ativistas é que haviam agredido os soldados.

Nos vídeos apresentados pelo grupo que tentou levar água aos palestinos, o que se vê é o contrário, como relata Flint: “Estávamos voltando para nossos carros. Logo estaríamos dentro dos carros e iniciando a viagem de volta. Eu duvido que este oficial faria isso no pai dele”.

Quanto à alegação de que eles haviam bloqueado a estrada, carros passavam livremente em direção ao assentamento.

Apesar da declaração de que o “incidente” seria investigado, não se deve esperar muito em termos de punição para mais estes crimes de guerra por soldados que atuam nos territórios ocupados. São muito raros os casos em que soldados são levados a tribunais por crimes ainda mais graves e quando isso acontece as punições, de tão irrisórias, são como convites a mais ações criminosas.