Ao menos 15 candidatos nas eleições municipais deste ano foram assassinados no país desde o dia 17 de setembro, primeiro dia após o fim das convenções realizadas pelos partidos que oficializaram as candidaturas. As informações foram divulgadas em reportagem nesta quarta-feira (4), no jornal Folha de S.Paulo.

Foram mortos 14 candidatos a vereador e um candidato a prefeito em cidades de interior em 12 estados, o que significa uma média de assassinato ligado à eleição a cada três dias. Ainda foram registrados no mesmo período ao menos 19 tentativas de assassinato de candidatos com armas de fogo. Em parte dos casos, os candidatos chegaram a ser atingidos por tiros, mas sobreviveram.

O levantamento é do professor Pablo Nunes, doutor em ciência política e coordenador do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania. Desde janeiro, ele já registrou a morte de pelo menos 80 políticos no país, dentre pré-candidatos, candidatos, ocupantes e ex-ocupantes de cargos eletivos.

Outro estudo divulgado pelo programa Fantástico da Rede Globo apontou que às vésperas das eleições municipais, cresce a violência contra candidatos no Brasil. O estudo, conduzido pelas organizações não-governamentais Terra de Direitos e Justiça Global, reuniu dados de janeiro de 2016 a primeiro de setembro de 2020 e mostra que os crimes contra candidatos e pré-candidatos políticos quase triplicaram em quatro anos.

O estudo reuniu dados de janeiro de 2016 a primeiro de setembro de 2020. Foram mapeados 327 casos de violência contra políticos eleitos, candidatos e pré-candidatos, que incluem ameaças, agressões e ofensas. Mas é o aumento de assassinatos e atentados que mais assusta: 125, em 24 estados do Brasil. E a violência vem crescendo. De 2016 para 2019, o número de crimes deste tipo quase triplicou. Com o início da campanha eleitoral, pelo menos, outros 7 casos de mortes e atentados foram registrados, depois que a pesquisa foi concluída.

Com informações da Folha de S. Paulo e Fantástico (Rede Globo)