O candidato do PCdoB a prefeito de São Gonçalo-RJ, Isaac Ricalde, concedeu uma entrevista ao jornalista, Matheus Merlim, do site de notícias Plantão em Foco, nesta terça-feira (2), onde falou sobre o futuro que sua candidatura ao lado de Ana Cardinal (Psol), sua vice na chapa, irá construir para a cidade e como a população vem amargando os problemas causados pela velha política. .
Confira a entrevista na integra:
Matheus Merlim: Por que São Gonçalo precisa de Isaac Ricalde como prefeito pelos próximos quatro anos?
Isaac Ricalde: Porque nós temos na cidade muitos desafios que foram se acumulando ao longo do tempo, muitos problemas não resolvidos. Precisamos tratar os problemas da cidade para que a gente possa oferecer uma condição de vida melhor para a nossa população, que é submetida a serviços precarizados, com desemprego e violência. A política tradicional não tem conseguido dar conta de responder a essas questões e esses problemas. Sempre tivemos uma leitura muito crítica dos últimos governos porque eles fazem o que eu chamo de ‘gestão do caos’, que é o pensar no hoje e no agora. Queremos pensar a cidade para o futuro.
Matheus Merlim: O que o senhor considera como principal problema na gestão atual municipal de São Gonçalo?
Isaac Ricalde: Pensar no agora, no imediato, é um problema muito sério porque São Gonçalo tem problemas concretos, como saneamento básico, segurança, educação e saúde. O governo não enfrentou nenhum desses problemas. Se a gente for parar para ver o que era São Gonçalo antes do governo José Luiz Nanci e o que é depois, a cidade piorou, andou para trás.
Matheus Merlim: E o que o senhor faria de diferente para resolver esses problemas?
Isaac Ricalde: É uma cidade diferente dos vizinhos, porque tem problemas mais complexos. É maior e mais populosa, com uma população de configuração social diferente e isso precisa ser enfrentado. Precisamos desenvolver a economia para gerar emprego e renda na cidade e precisamos qualificar os serviços públicos.
Matheus Merlim: Qual a análise que o senhor faz de seus adversários?
Isaac Ricalde: No geral são candidatos que estiveram nos últimos governos e ajudaram a conduzir a cidade no rumo do atraso. Quase todos eles. Temos o atual prefeito com uma gestão muito ruim. O atual vice-prefeito que foi eleito com ele, que é um político tradicional, que ajudou a eleger Neilton Mulim, que ajudou a eleger Wilson Witzel no Estado e que gosta de posar como outsider da política. A gente tem cinco ex-secretários que são candidatos a prefeito ou vice-prefeito. Então, não são alternativas reais para que a cidade possa se desenvolver.
Matheus Merlim: A disputa eleitoral em São Gonçalo costuma seguir para o segundo turno. Caso o senhor avance, há possibilidade de estabelecer alianças com adversários?
Isaac Ricalde: O segundo turno é uma eleição nova. Eventualmente, se estabelecem alianças, isso não é um problema. O que nós não admitimos é abrir mão do nosso programa. Estamos convencidos de que é o que a cidade precisa e não negociamos. Seguindo essas diretrizes de preservação do programa, não existe problema em receber apoio. A gestão pública não pode ser um feudo nos partidos. A estrutura de governo não pode ser um ambiente em que se aloque os interesses de vereadores, por exemplo.
Matheus Merlim: E se o senhor não estiver na disputa no segundo turno, vai apoiar alguém?
Isaac Ricalde: A gente trabalha com a ideia de ir ao segundo turno porque eu tenho percebido um crescimento grande da nossa candidatura e acho que existe essa demanda por renovação. Acho que nenhuma outra candidatura representa isso tanto quanto a nossa.
Mobilidade
Um dos principais problemas da cidade de São Gonçalo, na opinião do candidato, é ter um modelo unimodal na cidade. Ricalde considera como ‘inadmissível’ que os moradores tenham apenas a opção de ônibus como transporte público e se compromete a lutar para trazer uma estação de barcas para a cidade, embora a iniciativa esbarre em outras esferas além do município.
“Ainda que a prefeitura não seja responsável direta, é preciso que o prefeito lidere a cidade. Não tem cabimento ter em Niterói duas estações de barcas e São Gonçalo não ter nenhuma. Isso acontece porque não existe na política local uma mobilização para garantir os interesses da cidade”, afirma.
Outro ponto importante, na visão do prefeitável, é a construção de ciclovias que possam interligar a cidade e promover melhorias na mobilidade urbana. Segundo o candidato, o morador enfrente dificuldades até para se locomover a pé pelo município.
“A gente precisa projetar a construção de ciclovias para que a população possa se locomover com mais facilidade. Precisamos recuperar as calçadas, porque até andar a pé em São Gonçalo não é simples”, conclui.
Ônibus
Ricalde afirma que uma das primeiras medidas a serem tomadas por ele, caso seja eleito como novo prefeito de São Gonçalo, será pôr fim ao contrato com o consórcio que administra a gestão de ônibus na cidade. Segundo o candidato, em contrapartida, uma nova licitação será feita, sem a previsão do que ele chama de ‘monopólio’.
“O que a gente vê há bastante tempo é que as empresas de ônibus exercem uma grande influência na política. Existe um lobby muito forte que gerou inclusive um contrato de exclusividade com um consórcio que monopoliza o serviço na cidade. Vamos romper esse contrato atual”
Assista na íntegra:
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Fonte: Plantão em Foco
(BL)