O candidato do PCdoB à Prefeitura de São Paulo (SP), Orlando Silva, foi o penúltimo candidato a participar nesta terça-feira (3) de uma sabatina promovida pelo Estadão. Na entrevista, o deputado federal (PCdoB-SP) defendeu que é preciso oxigenar a política brasileira para ampliar a representatividade e criar novos modelos e formas de mobilização da sociedade por meio da política. Orlando destacou que sua candidatura é antibolsonaro e antifascista e defendeu a união de todos contra o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.

“Para mim, a frente ampla é uma frente antiBolsonaro, pois, esse sim é o mal maior. Não é necessariamente frente eleitoral, mas que enfrente as trevas impostas por Bolsonaro e seus sequazes. Não podemos piscar: a linha é derrotar o bolsonarismo agora e em 2022.”, explicou. “O Russomano fica prometendo coisa dizendo que é amiguinho do Bolsonaro. Dinheiro público não é rachadinha do Queiroz, não é dinheiro de 01, 02, 03, é do povo! São Paulo só quer o que é seu por direito. Para isso, precisa de um líder político à altura!”, declarou.

Orlando também defendeu que no 1º turno o eleitor deve votar no candidato que mais o representa e, no 2º turno, deve votar contra o pior. “Querer voto útil no 1º turno, é inutilizar o voto para fazer valer o interesse de alguém que se acha melhor indicado”, explicou.

Racismo

“À medida que aumento a crítica política ao bolsonarismo, a onda de ataques racista vem com força. Não dá para deixar de lado, por isso a decisão de fazer a denúncia. Internet não é terra sem lei. Racismo é crime!”, disse o candidato, que esteve hoje em uma delegacia para denunciar ataques que sofreu nas redes sociais.

Para combater o racismo em São Paulo, Orlando defendeu três 3 medidas: fazer valer a lei de ensino de história africana na escola, criar a Defensoria da Cidadania para apurar crimes de racismo e autos de resistência e responsabilizar de forma solidária empresas com casos graves de racismo.

Emprego e Renda

Orlando afirmou que vai ser necessário um esforço extraordinário em 2021 para gerar emprego e renda, devido aos efeitos da pandemia de Covid-19 na economia. “A situação não é pior porque o Congresso aprovou o auxílio emergencial de 600 reais e não os 200 que Bolsonaro queria. Ele agora está cortando. A situação será trágica.”, declarou.

O candidato apresentou seu plano emergencial de emprego e renda para gerar 300 mil vagas diretas e indiretas por meio da retomada de obras públicas, de apoio à economia solidária e cooperativismo e de microcrédito para apoiar pequenos e médios empresários.

Orlando também disse que pretende dialogar com os vereadores da Câmara Municipal de São Paulo sobre prioridades orçamentárias “à luz do dia”, para garantir que a população saiba para onde o dinheiro vai e onde falta. “Governar para quem mais precisa é alocar mais recursos nas subprefeituras das periferias, apoiar as iniciativas nas áreas de cultura, gerar emprego e renda, sempre tendo por base o interesse público.”, disse.

Educação

O candidato destacou que a escola é o principal lugar de proteção das crianças, com uma dimensão social, além da educacional. Ele avaliou que a prefeitura da capital não se preparou adequadamente para voltar antes da vacina. “Não foi adotado um protocolo de segurança que evite o contágio.”, alertou.

Orlando contou que estudou a experiência da educação pública de Sobral (CE), a mais exitosa do Brasil de acordo com o Ideb. “Tem metas claras e acompanhamento, com método. Lá, as crianças aprendem a ler, escrever e fazer as 4 operações até os 8 anos. Se Sobral fez, São Paulo pode fazer.”, defendeu Orlando, ponderando que para isso os professores precisam ser valorizados. “Não vamos conseguir motivar os professores dando golpes, como fez Bruno Covas na aprovação do Sampaprev, feita entre o Natal e o Ano Novo. Uma covardia! Não se faz uma mudança assim sem diálogo e negociação.”, reafirmou.

O deputado federal, Orlando Silva concorre às eleições 2020 com uma chapa pura, ao lado da sindicalista e enfermeira Andrea Barcelos.

Assista a íntegra:

Por Maiana Diniz