O candidato do PCdoB à Prefeitura de Manaus, Marcelo Amil, lamentou nesta segunda-feira (2), Dia de Finados, que que o Brasil tenha batido a marca de 160.104 mil mortes por Covid-19, sendo 4.555 no Amazonas. “Um marco triste e que deixa um luto que nunca se apagará da história”, disse o candidato.

“Um grande erro foi menosprezar uma doença desconhecida. Em Manaus, quando a pessoa infectada chegava para o atendimento era recomendado que ela voltasse para casa. Ela só deveria retornar ao hospital quando tivesse algum sintoma grave. Essa atitude levou milhares à morte. O luto pelas mortes tem uma parcela maior de dor neste Dia de Finados, principalmente por conta da Covid-19 e pela falta de direito à despedida. Esse é um luto que vai nos marcar para o resto das nossas vidas”, disse Amil.

Durante a pandemia Manaus viveu uma crise no setor de saúde com os hospitais lotados. Foi da capital do Amazonas saíram as primeiras imagens de covas coletivas, que chocaram o mundo. De acordo com Marcelo Amil, foi durante a pandemia que a falta de estrutura hospitalar ficou mais evidente.

“A pandemia só mostrou a falta de investimentos num dos maiores e mais importantes setores da nossa sociedade, que é a saúde pública. Além de tudo isso, até um caso de corrupção na aquisição de um objeto imprescindível para a recuperação dos infectados foi registrado no nosso Estado por conta da ambição de gestores inescrupulosos. Uma vergonha nacional! Nós vimos que muitas pessoas, que procuraram as Unidades Básicas de Saúde e policlínicas, voltando para suas casas sem atendimento durante o pico da pandemia. A gestão municipal tem como função atender todas as pessoas, sendo assim, o prefeito deveria ter utilizado todas as estruturas da cidade para ampliação do atendimento. A Arena da Amazônia e o Centro Vasco Vasques, por exemplo, poderiam servir de base para a implantação de leitos para o primeiro atendimento. Porém, o que vimos foi muito oba, oba de gente querendo se aproveitar da dor da nossa população para se beneficiar politicamente. Infelizmente, ajudar o povo foi a última opção na lista de prioridades”, destacou.

Amil relembrou a perda de amigos, personalidades e artistas da cidade. A omissão por parte das autoridades só aumentou ainda mais o número de mortos pela doença. Segundo ele, as decisões mostraram-se frágeis frente ao fluxo da pandemia e as condições à expansão espacial do coronavírus.

“Ter que ver um parente morrer e não poder participar do velório é uma dor que só quem passou sabe. Houve insensibilidade de todos os governos. O Federal foi negacionista, o do Amazonas foi insensível e o de Manaus poderia ter sido mais eficiente. Se tivesse na gestão, eu teria copiado o modelo da China, onde se foi construído um hospital de mil leitos para receber os primeiros atendimentos de forma imediata”, ressaltou Amil.

Marcelo alerta que, mesmo com tantas mortes e com uma segunda onda se aproximando, a cidade ainda não se adequou para combater os efeitos da pandemia. A retirada dos hospitais de campanha mostra o descaso frente ao número de mortes.

“Mandar a pessoa infectada para casa é uma sentença de morte para ela e para as pessoas próximas”.

Fonte: Ascom

(MD)