A candidata do PCdoB à Prefeitura de Curitiba (PR), Camila Lanes, concedeu entrevista nesta segunda-feira (26) ao Paraná Portal e apresentou suas principais propostas para a capital curitibana no pós-pandemia. A seguir a entrevista completa:
Por que a senhora acredita que deve assumir a Prefeitura de Curitiba?
Porque em nossa cidade em seus 325 anos, a política da administração pública nunca teve uma mulher a frente, uma prova que vem eleição e vai eleição e os mesmos projetos são escolhidos, mas as mesmas ausências são repetidas.
O atual gestor tem uma política centralizada e higienista, irei levar a prefeitura de Curitiba para todas as regionais da cidade, com a criação de subprefeituras e garantir que em quatro anos vamos dar educação, saúde, emprego e renda para que Curitiba tenha futuro e perspectiva.
Quais são os principais desafios que a senhora deverá enfrentar no caso de ser eleita?
O controle da pandemia, nenhum projeto de governo será executado sem antes o controle absoluto da crise sanitária que estamos vivendo. Além disso, o planejamento da retomada das aulas, a criação de auxílio para a população mais vulnerável socialmente, liberação de crédito especial para os micro e pequemos empresas e garantia de direitos básicos como saúde, saneamento e energia.
Destaque suas principais propostas para resolver os problemas que a senhora acredita que a cidade possui?
Precisamos entender que a retomada das aulas só deve acontecer com a vacina, testagem rastreamento do vírus por isso proponho transformar as Unidades Básicas de Saúde em centros de testagem rápida, para garantir a busca ativa, por meio da Equipes de Saúde da Família, de pessoas contaminadas pelo Coronavírus, sintomáticas ou não, especialmente entre a população de risco.
O Tribunal de Contas liberou os municípios para a disponibilidade de criação de um auxílio emergencial, a atual gestão preferiu pagar grandes empresários ao invés de ajudar a população, na minha gestão isso não ocorrerá. Vamos garantir um Plano de microcrédito para pequenos e médios empresários para fomentar a geração de emprego e renda.
Eu estando a frente da prefeitura, vou garantir uma política de acesso ao microcrédito, fomento a economia solidária, facilitação da abertura de alvarás para pequenos e médios negócios, implementação de uma política tributária progressiva que desonere o pequeno empregador. Mas tudo isso deve ser a partir de uma lógica de defesa dos empregos das famílias curitibanas.
E por fim, a Criação de uma Secretaria Municipal de Habitação que oriente as ações do Poder Público e da iniciativa privada propiciando o acesso à moradia, priorizando famílias de menor renda, num processo integrado às políticas de desenvolvimento urbano e regional e demais políticas municipais e Desenvolver uma Política Municipal de Habitação.
A Política Municipal de Habitação (PMH) tem por finalidade orientar as ações do Poder Público levando-se em consideração a Política Nacional de Habitação, o Estatuto da Cidade, o Plano Diretor, a Lei Federal 11.124/05, os eixos de desenvolvimento que causam impacto na questão habitacional, urbana e os princípios democráticos de participação social, compartilhadas com as do setor privado, expressando a interação com a sociedade civil organizada, de modo a assegurar às famílias, especialmente as com renda entre 0 e 3 salários-mínimos, o acesso, de forma gradativa, à habitação.
Como a senhora pretende trabalhar junto aos governos estadual e federal na administração da cidade?
Com diálogo, mas acima de tudo com muita resistência, sabemos que não há unidade de ação entre os poderes e os diferentes níveis de governança. Por isso, irei sentar com o atual governador para garantir que a capital continue sendo uma grande ponte para fomento de políticas sociais e econômicas.
Já com o governo federal é pouco provável o mesmo, afinal sabemos que o atual projeto que esta afrente da nação não tem práticas de diálogo com a base da população brasileira. Temos quatro anos para garantir que o financiamento da educação, saúde, renda e emprego chegam até aqui e tenho certeza que isso só ocorrerá com muita pressão e cobrança.
O que a senhor fará para gerar empregos e renda já que os próximos anos deverão ser difíceis devido aos impactos da pandemia?
Vou garantir a Criação de Frentes de Trabalho para geração de renda e emprego, o fortalecimento dos programas da Economia Solidária, a implementação do Programa de financiamento Coletivo Comunitário (Geração de Crédito Popular), dar continuidade aos Editais do Fundo Municipal de Cultura e aportes orçamentários para atendimento a artistas e técnicos da área de cultura realizados pela Lei de Emergência Cultural e a criação de Plano de incentivo e recuperação da Micro e Pequenas Empresas de Curitiba, passando pela diminuição da carga de impostos e qualificação e de apoio de gestão.
Fonte: Paraná Portal
(MD)