O candidato do PCdoB à prefeitura de São Paulo (SP), Orlando Silva, concedeu entrevista ao SBT News nesta segunda-feira (19) e disse que pretende criar uma Defensoria Municipal para que casos de racismo não fiquem impunes na capital. “Para que o chamado “auto de resistência” não oculte a violência policial e até exigir que estabelecimentos comerciais se responsabilizem solidariamente por crime de racismo”, disse.
Orlando Silva justificou a razão de sua prioridade de governo ser a luta anti-racista e porque defende que as políticas para a população negra devem integrar várias secretarias e atravessar todos os programas do governo. “De cada dez pessoas mortas pela polícia, oito são pessoas negras. É um exemplo. Poderia falar do emprego, do acesso ao mercado de trabalho, da renda média, que há uma diferença com relação à população negra.”, pontuou o candidato. “Então, a gente tem que ter na educação, no mercado de trabalho, estimular a política de cotas, estimular o setor privado a fazer como é nos Estados Unidos. Lá você tem nas empresas privadas política de estímulo para incorporação, inclusão econômica da população negra.”, lembrou.
O candidato também destacou a importância do papel do Estado para a retomada da atividade econômica após tragédias como a que a Covid-19 produziu no país e disse que há muitas frentes para atacar, como a construção civil. “A ideia é infraestrutura urbana, equipamentos sociais como escolas, postos de saúde, pequenas obras nos bairros, como você se referiu aí nas calçadas, que têm impacto na mobilidade, tem impactos na acessibilidade e também tem impacto na geração de emprego.”
Orlando citou a indústria como outra frente importante de geração de empregos em São Paulo e destacou que seu plano de governo traz a a perspectiva de reindustrializar a capital. “Todo mundo olha pra São Paulo como a locomotiva do país, como o lugar da indústria. Mas se você anda na Vila Prudente, Santo Amaro, na Mooca, no Brás, no Ipiranga, você vê verdadeiros cemitérios de fábricas.”, disse.
O candidato pontuou que esse processo deve conectar a produção científica e as necessidades econômicas da cidade, por uma indústria 4.0 . “São Paulo tem que estar ligado em economia digital, tem que estar ligado em economia criativa, tem que estar ligado em indústria baseada em automação, assim nós podemos situar a nossa cidade entre aquelas que puxam o desenvolvimento econômico do país.”, disse.
Na entrevista, Orlando falou ainda sobre a mudança no ciclo da vida política do país, defendeu uma frente ampla anti-Bolsonaro nessas eleições e explicou a importância de o PCdoB apresentar seu projeto político neste contexto. “É uma hora que os partidos, as várias forças políticas, devem se apresentar para a sociedade. Um momento de transição no mundo, de muitas mudanças no mundo. E o PCdoB tomou a decisão de se colocar como alternativa na cidade de São Paulo.”, afirmou. O candidato também respondeu perguntas sobre as falsas acusações que sofreu ao longo de sua carreira.
Por Maiana Diniz