Samuel Costa apresenta prioridades para um possível governo em Porto Velho

Em entrevista que foi ao ar nesta terça-feira (1º/9), o pré-candidato do PCdoB à prefeitura de Porto Velho (RO), Samuel Costa, falou aos ouvintes da Rádio Madeira, sobre seus planos e programa de governo para tirar a cidade da crise provocada pela Covid-19, visando o bem estar dos portovelhenses que mais necessitam do poder público.

No programa, foi apontado como um candidato jovem para um cargo majoritário, e sobre o assunto foi questionando qual motivo que escolheu a esquerda. Samuel prontamente disse “sou uma pessoa indignada que resolveu transformar essa indignação em um exercício de militância”. Para ele, é dever do Estado pautar “a defesa intransigente do bem estar social e trabalhar para as pessoas que mais precisam do poder público”, afirma.

Samuel também falou sobre o atual cenário político dizendo que os partidos progressistas, como um todo, precisam defender a soberania nacional e não aceitar “como fatalidades essas políticas de entreguismo das nossas potências e passar a ser um puxadinho dos Estados Unidos”. E recorda, “ontem (31/8) completou mais um ano de golpe e hoje ficou mais evidenciado como foi ruim para o Brasil ter tirado a presidenta Dilma”.

Dentro desse contexto geopolítico, Samuel diz que devemos perceber que o “desmonte do Estado nada mais é do que uma espécie de intervenção do mercado internacional que tenta tirar nossas riquezas de forma covarde”, salienta.

Ele cita o pré-sal como exemplo e diz que o Brasil tem potencial de implementar uma política efetiva que valorize o servidor público, “diferente do que vemos no atual gestão, com a precarização da relação do trabalho, o trabalho intermitente, que acaba colocando muita gente em Porto Velho em condições de trabalho sub-humanas”, e enfatiza: “devemos garantir o que a Constituição Federal garanta, a soberania nacional, o direito à vida, à propriedade, o acesso à educação, saúde e serviço público de qualidade.”

Juventude e Educação

Segundo o pré-candidato, é preciso dar ao Departamento da Juventude, ligado à Secretaria Municipal da Família, autonomia administrativa e financeira “numa capital com mais de meio milhão de pessoas e, dentro desse contexto, uma representatividade muito significativa de jovens até 28 anos, precisa ter recursos e estudar a viabilização para propiciar cursos de capacitação”, como também, “envolver a comunidade em atividades físicas e desportivas e, a partir daí, conseguir minimizar os indicadores sociais”. Além disso, afirmou que é preciso fazer uma política de fortalecimento de vínculo com as famílias.

Também faz parte do plano de Samuel, criar condições necessárias junto aos núcleos de pesquisa cientifica das universidades onde estudantes, de todas as áreas, poderão lecionar dentro das comunidades mais carentes dando cursos preparatórios para o Enem. E complementa dizendo: “há uma disparidade muito grande entre o ensino público e o privado (…) as pessoas que ocupam as vagas de destaque dos cursos mais concorridos, são preenchidas, em sua plenitude, por pessoas que estudaram boa parte em instituições privadas.”.

Ele diz que essa política já foi aplicada e obteve sucesso em algumas localidades e cita, como exemplo, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que investiu massivamente na infraestrutura das escolas e, por conseguinte, na valorização dos profissionais da educação.
“Valorizar a educação é um compromisso de vida”, finaliza.

Gestão da cidade

Como um de seus projetos, o pré-candidato falou do ‘Meu Emprego de Volta’, uma linha de credito em pequenas quantidades, que varia de mil até cinco mil reais, beneficiando autônomos, desempregados, profissionais liberais e Micro Empreendedores Individuais (MEIs), para que assim eles possam voltar a exercer suas atividades laborais com juros subsidiados pela prefeitura de Porto Velho.

Outra proposta é ‘Minha Casa Digna’, onde empréstimos serão feitos a famílias que se encontram em vulnerabilidade social e dentro desse contexto “faremos uma doação, após estudo encabeçados pelos assistentes sociais do nosso município” e, segundo ele, as pessoas poderão reformar suas casas, gerando emprego e renda para outras pessoas do mesmo bairro, como compra de material e mão de obra”, fortalecendo o comércio local.

Outra proposta é a “Mais IDH”, que pretende pegar os vinte bairros mais humildes de Porto Velho e fazer um trabalho de conscientização com projetos de arquitetura, urbanismo, paisagismo, viabilizando através do marco regulatório, o saneamento básico e o esgoto.

Coronavírus

Para o pré-candidato, assim que foi anunciada a pandemia, a prefeitura da cidade deveria ter estabelecido um gabinete de crise com pessoas capacitadas das áreas de saúde, montando um plano de contingência que auxiliasse o governo federal na entrega de donativos. “Não houve planejamento e nem ações por parte da atual gestão.”, afirma.

Depois de perder o avô e um primo para o coronavírus, Samuel acredita que a situação da maior crise sanitária, gerada pela Covid-19, veio para fazer com que as pessoas tenham uma sensibilidade maior e façam uma análise de questionamentos e ponderações, apresentando ideias inovadoras “só conseguiremos fazer uma política eficiente caminhando de mãos dadas, num só proposito e um só coração” e completa “a pandemia ensina muitas lições”.

Regulamentação fundiária

Segundo o pré-candidato, o próximo gestor precisa ter habilidade política para captar recursos para o município e manter um diálogo permanente com todos, mas em especial, com a bancada rondoniense para que o ministério da cidade possa auxiliar “e dar celeridade naquilo que talvez seja a principal coisa para as famílias, que é a escritura pública”, diz.

Atualmente, ele diz que não há uma política que se refira a regulamentação fundiária, como já houve, e afirma que para aumentar a arrecadação do município é preciso entregar os títulos definitivos para as famílias, “(…) a receita aumenta e com o pagamento do IPTU a gente consegue promover educação, saúde… quando o recurso é aplicado devidamente.” E finaliza, só conseguiremos tirar Porto Velho do mapa das 100 piores cidades do brasil, fazendo algo que nunca foi feito”.

Assista a entrevista na íntegra:

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Barbara Luzan

Com informações das redes sociais