Em entrevista divulgada neste sábado (05) pelo Jornal do Brasil, a pré-candidata do PCdoB à Presidência da República e deputada estadual (RS), Manuela D’Ávila, falou sobre a necessidade da esquerda fazer um debate sobre o Brasil e sobre o percentual significativo de intenções de voto por parte de eleitores jovens.

Durante conversa com jornalistas do Jornal do Brasil, Manuela D’Ávila explicou que parte da sua força nas pesquisas eleitorais mais recentes vem dos jovens. Segundo pesquisa Datafolha, Manuela tem 5 pontos percentuais de eleitores entre 16 e 24 anos. Para ela, isso acontece especialmente porque eles são os mais ativos na internet e tem acesso a sua campanha nas redes sociais.

As pesquisas mais recentes apontam para um cenário em que a pré-candidata tenha, em média, 2% de intenções de voto. Ficando à frente do impopular e ilegítimo Michel Temer, de Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda de Temer e Rodrigo Maia, atual presidente da Câmara dos Deputados.

Manuela também destacou durante a entrevista que sua candidatura foi lançada enquanto o ex-presidente Lula era candidato e estava livre, portanto, lançar-se a presidência foi uma escolha anterior ao processo injusto pelo qual Lula passa. Ou seja, sua candidatura também vai no sentido de defender o direito do ex-presidente a concorrer as eleições.

“Temos convicção de que ele [Lula] é um preso político e que a sua prisão se dá pela sua posição nas pesquisas eleitorais. E eu tenho convicção de que ele só está preso porque é candidato e porque é o primeiro lugar nas pesquisas”, frisou a pré-candidata.

Para Manuela, esse é o momento da esquerda fazer um debate sobre o Brasil.

“O povo brasileiro vive em uma realidade de pobreza crescente, a destruição do Estado é muito veloz e o centro das nossas energias deve ser para trocar o pneu desse carro, que é o Brasil, andando”.

Alianças

A pré-candidata disse considerar viável a aliança entre os partidos do campo progressista:

“O debate da nossa unidade passa pelo PT, pelo Ciro, pelo Boulos (PSOL), passa inclusive por um debate que precisamos abrir sobre as posições avançadas que o ex-ministro Joaquim Barbosa apresentou e que são relevantes para o país como na reforma trabalhista e no processo de impeachment de Dilma”.

Impeachment

Questionada sobre o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Manuela disse que o golpe foi estruturado em três dimensões. O primeiro sendo a execução de um projeto de privatização nacional com a venda da Eletrobras e do pré-sal junto com um caráter antidemocrático e misógino do golpe.