Chico Buarque, Wagner Moura, Gregório Duvivier, Martinho da Vila, Teresa Cristina, Zé de Abreu, Ziraldo, Leoni, Otto, Cláudia Abreu, Leci Brandão e várias outras personalidades do Rio lançaram um manifesto em apoio à coligação, “É a vez do Povo”, formada pela candidata do PCdoB a vice-prefeita do Rio de Janeiro (RJ), Enfermeira Rejane, junto com a candidata à prefeita, Benedita da Silva (PT).

Lançado neste sábado (24), o “Manifesto contra a Desigualdade e pela Felicidade Carioca” afirma que “nunca foi tão urgente reconstruir e unir o Rio de Janeiro” e que “o único caminho é a prosperidade das favelas, dos bairros pobres e da população negra. É a redução da desigualdade, que ameaça a vida em todos os cantos.” Reforça também a importância de reduzir diferenças: “A falta de coragem para encarar o flagelo da desigualdade mergulhou a capital cultural do país em uma onda de decadência econômica, insegurança e tristeza, que precisa ser interrompida – com a urgência de quem luta pela sobrevivência.”

O documento foi encabeçado por Luiz Inácio Lula da Silva e assinado por grandes nomes da esquerda, como: Flávio Dino, Manuela D’Ávila, Dilma Rousseff e Fernando Haddad.

“As candidaturas de Benedita e de sua vice, Enfermeira Rejane”, são apresentadas como “uma rara chance de interromper a escalada de exclusões que nos empurra para a tragédia”, pois “são duas pretas que disseram não ao racismo estrutural e chegaram até aqui em condições não só de denunciar as consequências dramáticas do preconceito racial e da covardia contra os pobres, mas também de atacar a raiz da injustiça”.

Entre as mais de 200 assinaturas estavam também os nomes de Antonio Pitanga, Carol Proner, Djamila Ribeiro, Chico Diaz, Francis Hime, Emir Sader, Eliane Giardini, Paulo Betti, Julia Lemmertz, Daniel Dantas, Marilena Chauí, Lúcia Murat, Sílvia Buarque, Lucélia Santos, Wagner Tiso, Margareth Menezes, Antonio Pitanga, Sergio Loroza, Guta Stresser, Hildegard Angel, André Fernandes, Angela Vieira, Antônio Grassi, Tata Amaral, Bete Mendes, Biro do Cavaco, Carlinhos Vergueiro, Eduardo Moreira, o ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa, Celso Amorim, o cartunista Ziraldo, entre outros.

Leia o manifesto na íntegra:

Manifesto contra a Desigualdade e pela Felicidade Carioca

Poucos lugares guardam contradições e oportunidades perdidas como a cidade do Rio de Janeiro, tão bela e maltratada, acolhedora e excludente. Tão rica e tão pobre. Somos uma história comovente de dilemas humanitários que se arrastam sem solução. A falta de coragem para encarar o flagelo da desigualdade mergulhou a capital cultural do país em uma onda de decadência econômica, insegurança e tristeza, que precisa ser interrompida – com a urgência de quem luta pela sobrevivência.

O obscurantismo do prefeito atual, descuidado com as pessoas e desconectado das demandas da cidadania, piorou o que parecia o fundo do poço. A cultura nunca gerou tão poucos empregos, as escolas caem aos pedaços, e o desmonte do sistema de saúde, quando mais precisávamos dele, nos levou ao topo das cidades mais cruelmente atingidas pela pandemia.
Nunca foi tão urgente reconstruir e unir o Rio de Janeiro. O único caminho é a prosperidade das favelas, dos bairros pobres e da população negra. É a redução da desigualdade, que ameaça a vida em todos os cantos. Pode parecer tarde, mas a gente só vive de verdade quando acredita na mudança, em qualquer tempo.

A candidatura de Benedita da Silva a prefeita desponta como uma rara chance de interromper a escalada de exclusões que nos empurra para a tragédia. Benedita e sua vice, a deputada Enfermeira Rejane, são duas pretas que disseram não ao racismo estrutural e chegaram até aqui em condições não só de denunciar as consequências dramáticas do preconceito racial e da covardia contra os pobres, mas também de atacar a raiz da injustiça.

Por sua origem e pelos 40 anos de mandatos coerentes em favor da paz social, a guerreira Bené é a ponte da qual necessitamos para amparar os miseráveis, numerosos nas calçadas, e abrir os olhos de uma sociedade assediada pela mentira e pela tirania. Ela dá o exemplo a quem precisa derrotar o racismo para vencer na vida. É assim para a maioria do povo carioca. Nascida e criada em uma das mil favelas desta cidade de vanguardas, Benedita foi pioneira em todos os seus 40 anos de vida pública. Nunca o Rio tivera uma negra vereadora, deputada constituinte, senadora, governadora.

Apontada pela ONU como uma das 21 personalidades mundiais no combate ao racismo, Benedita tem legitimidade para ser a primeira prefeita carioca. Ela compreende e traduz o potencial da cultura na criação de empregos e na promoção da paz. Por isso, foi autora da Lei Aldir Blanc. Quando reafirma a defesa do estado laico e rejeita a confusão nebulosa entre púlpito e tribuna, revela-se gigante de novo. Ela abraça as crenças, talentos e saberes que fazem do Rio um lugar único. Será a prefeita do pensamento livre e das artes.

O Rio de Benedita é a cidade bem resolvida que ampara seus vulneráveis e apaixona os visitantes. Um lugar de cinema, rap, bossa nova, samba, teatro, ópera, artes plásticas. Tudo junto e misturado, marca da carioquice de Machado de Assis, Lima Barreto, Villa-Lobos, Tom, Vinicius, Cartola, Chico, Martinho, Paulinho, Zeca, Elza, Leci, Alcione, Hélio Oiticica, Darcy Ribeiro e incontáveis artistas e fazedores de todos os bairros e das favelas.

Não é possível aceitar que a maioria dos cariocas queira sair da cidade, como diz a pesquisa. Eleger Benedita é recuperar a autoestima; abraçar o povo todo; reconstruir a saúde e a educação para quem mais precisa; apostar no mercado de trabalho para mais mulheres e mais homens. Aos 78 anos, Bené é um presente para uma cidade ansiosa por reencontrar sua jovialidade e seu otimismo.

Não é hora de distração das forças democráticas e progressistas do Rio de Janeiro. Desde o ocaso da ditadura militar, nunca estivemos tão ameaçados pela cegueira e pelo retrocesso. Manifestamos nossa gratidão à guerreira Benedita da Silva por assumir esta missão de paz e pedimos o voto de todo eleitor que ama a cidade e o povo do Rio de Janeiro.

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Do Portal PCdoB, Barbara Luzan, com informações de agencias